Captação e armazenamento de água da chuva: solução sustentável para a preservação de um recurso ameaçado

Um dos grandes equívocos cometidos quando se pretende educar alguém sobre a importância da preservação da água é dizer que ela vai acabar. Quantitativamente, a água da Terra permanece na Terra graças ao ciclo hidrológico, no qual a substância transita no espaço devido às transformações físicas pelas quais passa. O que de fato define a disponibilidade hídrica superficial são fatores como índices de precipitação e sua regularidade, temperatura, capacidade de armazenamento da água no solo e subsolo, entre outros, e a qualidade da água, que deve ser adequada e segura para o consumo.

Em decorrência dos múltiplos usos aos quais é submetida pelas populações humanas, os poluentes adicionados à água tem se tornado cada vez mais diversificados e grande parte deles chega aos corpos hídricos devido à fontes pontuais e difusas e à defasagem na rede de coleta e  tratamento de efluentes, que é realidade em muitos municípios brasileiros. Ano após ano temos constatado uma redução gradativa dos mananciais adequados ao consumo humano e, neste cenário, todas as formas de preservação e uso sustentável da água são fundamentais. A captação e armazenamento da água da chuva em cisternas para reuso são uma prática que contribui expressivamente com a preservação deste recurso tão fundamental e igualmente ameaçado.

Panorama da qualidade dos mananciais no Brasil e a necessidade de preservação da água potável

De acordo com a Conjuntura dos Recursos Hídricos Brasil 2019, um informe anual publicado pela Agência Nacional de Águas (ANA), a proporção de corpos hídricos com boa qualidade em 2015 era de 69,3%, sendo que em 2013 a proporção estava em 73% e em 2014 de 71%. Paralelamente, dados de 2018 do      SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento) apontam que apenas 46,3% do esgoto gerado foi efetivamente tratado naquele ano. Estes dados do SNIS referem-se ao esgoto sanitário, portanto ainda temos que adicionar na conta da poluição dos corpos hídricos os efluentes industriais, os poluentes oriundos do escoamento da chuva no solo contaminado, os resíduos sólidos dispostos irregularmente nos cursos d’água entre tantas outras fontes de poluição difíceis de monitorar.

Dado este cenário de comprometimento da qualidade de nossas fontes de água e, também, os múltiplos fatores que definem a disponibilidade hídrica superficial, discutida no artigo sobre estiagem, nos convencemos cada vez mais da importância da preservação deste recurso essencial. Enquanto cidadãos usuários temos responsabilidade compartilhada na boa gestão e preservação da água. Saiba como:

Captação e armazenamento de água da chuva: solução sustentável

A captação e armazenamento de água da chuva são medidas que reduzem a demanda do usuário por águas de fontes naturais, tendo impacto ambiental e econômico muito positivos. Se analisarmos os usos múltiplos da água em nosso dia a dia percebemos que muitas atividades poderiam ser realizadas com água de reaproveitamento, poupando a água potável proveniente de mananciais de boa qualidade para que seja utilizada prioritariamente para fins de consumo direto.

Imagine que, para chegar em nossas torneiras, a água é captada em um corpo hídrico de boa qualidade, passa por uma estação de tratamento de água para ser enquadrada no padrão de potabilidade exigido para consumo, e enfim, é enviada por um sistema de distribuição. Considere que todo esse processo envolve custos monetários e ambientais que recaem sobre todos nós usuários. Agora reflita sobre o fato de usarmos essa água, com tanto valor agregado – e tão rara para uma grande parcela da população brasileira – para esvaziamento do vaso sanitário de nossa casa. Ou ainda para lavar pisos e calçadas, carros, entre tantos usos que não dependem de água potável.  Faz sentido para você?

Para quais finalidades a água da chuva pode ser utilizada?

A água da chuva é recomendada para usos não potáveis. No caso do uso doméstico, comercial ou industrial, ou até mesmo para fins de uso em áreas públicas, ela poderia ser aplicada para lavagem de pisos, limpeza em geral, rega de jardins e plantações, descarga em bacias sanitárias e, em caso de interrupção no abastecimento ou escassez hídrica, podem ainda ser utilizada para banho, lavagem de roupas e louças. Para consumo, higienização e preparo de alimentos, sempre deve ser utilizada a água fornecida pela rede de abastecimento, pois nela o padrão de potabilidade é garantido.

Uma observação cabível neste ponto é que, não ser potável, não significa que a água da chuva deva ser utilizada sem qualquer tratamento. Uma das premissas para a reutilização da água da chuva é garantir a segurança do usuário. Quando precipita, sobretudo em áreas urbanas, a água da chuva carrega consigo poluentes atmosféricos e, também, aqueles presentes nas folhas das árvores, telhados e, por fim, no chão. Por isso, há uma série de recomendações para que, ao adotar um sistema de captação de água da chuva, o usuário o faça de forma segura.

Como montar um sistema de captação de água da chuva?

O projeto de um sistema de captação e armazenamento de água da chuva vai variar conforme o local, o objetivo de uso da água, o orçamento disponível para o sistema entre outros fatores. O sistema pode ser incluído no projeto de uma obra nova, podendo assim ser dimensionado em detalhes e com toda a infraestrutura necessária para atender à demanda do usuário. No caso de imóveis já existentes, o projeto deverá se adequar à estrutura do prédio, considerando a carga da cisterna, o ponto de coleta e a forma de distribuição dessa água para reuso.

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) em seu manual para captação emergencial e uso doméstico de água da chuva elencam três aspectos fundamentais que devem ser estudados e assegurados. São eles:

  1.       A água coletada deve ser filtrada para que os resíduos trazidos pela chuva sejam removidos;
  2.     A primeira água da chuva deve ser descartada, uma vez que nem todo resíduo é eliminado em filtros simples;
  3.     A água deve ser armazenada em cisternas ou caixas d’água tampadas para garantir que nenhuma outra contaminação externa ocorra.

Uma das formas mais usuais de coleta é através de calhas que canalizam a água que escoa no telhado dos imóveis. Todo o sistema de filtração, seguido de reservatório de descarte e cisterna para armazenamento, e ainda a rede de distribuição da água da chuva serão mais ou menos complexas a depender do interesse e do capital disponível para investimento. O recomendado é que, após a filtração, a água recebe uma dosagem de cloro para que sejam eliminados microrganismos que possam se proliferar na água e oferecer algum risco à saúde. A regularidade da higienização da água vai depender de quanto tempo a água permanecerá armazenada.

Um cuidado especial deve ser tomado com relação ao reservatório em si. Ele pode ser uma cisterna ou uma caixa d’água convencional, obrigatoriamente estanque, com tampa, resistente ao peso da água e de material atóxico. Todos esses atributos são encontrados nos reservatórios de fibra de vidro da Isofibra.   

Para um consumo de água sustentável em sua residência, empresa ou espaço público, conte com os sistemas de captação de água da chuva da Isofibra.

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