Como saber qual é o sistema de tratamento ideal para meu efluente?

Sabemos que não existe um único sistema de tratamento ou tecnologia capaz de tratar todos os tipos efluentes com o máximo custo/benefício.  Por este motivo, tecnologias de tratamento estão sendo constantemente estudadas e aprimoradas para que possamos atingir a máxima qualidade de tratamento das nossas águas residuárias, visando sempre garantir a qualidade ambiental e a saúde pública. Neste sentido, cabe ao agente produtor selecionar qual tecnologia melhor se adequa às características particulares de seu efluente, elevando ao máximo o potencial de recuperação da água que será devolvida ao meio ambiente. Mas, por onde começar?

Caracterização do efluente: etapa fundamental para escolha do sistema de tratamento adequado

O primeiro passo a ser dado para a escolha do sistema de tratamento adequado é caracterizar física, química e biologicamente o efluente gerado. Afinal, não há como saber quais as metas de tratamento a serem alcançadas sem antes conhecer profundamente o alvo do tratamento. Para isso, são utilizados alguns parâmetros de análises laboratoriais que ajudam a definir o potencial poluidor do efluente e qual grau de tratamento ele necessita para se adequar aos padrões exigidos em legislação.

Uma primeira caracterização a ser feita relaciona-se à fonte da água residuária. É comum uma subdivisão em dois grandes grupos: esgotos domésticos e esgotos industriais. Os esgotos domésticos, de composição essencialmente orgânica, são aqueles originados pela poluição da água com dejetos humanos, tanto de instalações sanitárias como de pias e ralos em geral. Já os esgotos industriais originam-se das mais diversas atividades, o que confere a eles uma expressiva variabilidade de componentes orgânicos e minerais.

Em geral, os principais parâmetros avaliados em ambos os grupos de efluentes costumam ser: teor de sólidos, temperatura, odor, cor e turbidez, DBO (demanda bioquímica de oxigênio) e DQO (demanda química de oxigênio), carbono orgânico total (COT), oxigênio dissolvido (OD), nitrogênio, fósforo, matéria inorgânica e composição microbiológica – bactérias, fungos, algas, protozoários e vírus. Além dos aspectos qualitativos dos esgotos, o conhecimento sobre aspectos quantitativos, como a vazão do efluente que entrará no sistema de tratamento, são fundamentais para a escolha e dimensionamento do sistema de tratamento ideal.

Sistemas de tratamento de efluentes

Além das características físicas, químicas e biológicas, para a escolha do sistema de tratamento devem ser ainda analisados outros aspectos como: a) legislação ambiental local; b) destino do efluente tratado; c) a eficiência desejada para atender a legislação; d) condições locais em geral (localização, acesso à rede coletora pública, área disponível para implantação etc); e) relação custo/benefício, entre outros fatores pertinentes.

Um sistema de tratamento pode ser composto por uma ou mais operações unitárias de tratamento, que se subdividem em três categorias: operações físicas, químicas e operações biológicas. A combinação de operações unitárias será, então, projetada a partir das informações específicas de cada efluente. É possível encontrar na literatura tabelas comparativas em que são descritos os sistemas de tratamento, com as taxas mínimas e máximas de eficiência na remoção dos principais poluentes. Esses dados são uma boa referência para a escolha da melhor tecnologia de tratamento, embora possa haver variações caso a caso.  

Dependendo dos tipos e quantidades de poluentes do efluente ele poderá precisar de diferentes graus de tratamento, podendo ser preliminar, primário, secundário e/ou terciário. Os tratamentos preliminares, em geral grades e desarenadores, são capazes de remover a parcela mais grosseira de sólidos e materiais inertes do esgoto. Na sequência, as unidades de tratamento primário permitem a remoção da parcela sedimentável dos sólidos suspensos, bem como a digestão e estabilização da matéria orgânica sedimentada. São usuais os decantadores, flotadores, precipitadores químicos e decanto/digestores conjugados.

Seguindo adiante, o tratamento secundário tem a função de remover a matéria orgânica dissolvida, microrganismos e nutrientes como fósforo e nitrogênio, em geral utilizando mecanismos biológicos. As lagoas facultativas e as aeradas facultativas são unidades de tratamento secundário que dispensam o primário. Outras unidades secundárias são reatores UASB, filtros biológicos, lagoas anaeróbias e aeróbias, wetlands construídos, lodos ativados entre outros. Por fim, se necessário, podem ser utilizadas unidades de tratamento terciário que possibilitam o polimento final do tratamento secundário e ainda a remoção de poluentes complexos como compostos não biodegradáveis, metais pesados, substâncias tóxicas e microrganismos patogênicos. São exemplos a osmose reversa, lagoas de maturação, adsorção, membranas filtrantes entre muitas outras opções bastante tecnológicas. O tratamento terciário não costuma ser necessário em esgotos domésticos, mas podem ser requeridos em casos de efluentes industriais complexos.

Em resumo, não há resposta pronta no que diz respeito à escolha do sistema de tratamento de efluentes ideal. Essa decisão será resultado de um estudo detalhado que promoverá tanto a qualidade da água devolvida ao ambiente, como o melhor custo/benefício ao responsável pelo efluente.

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