Quais são as etapas básicas do tratamento de efluentes?

Como já discutimos em outros artigos do Blog, existem inúmeros sistemas e tecnologias de tratamento de efluentes disponíveis na literatura e no mercado. A escolha do sistema ideal sempre dependerá de uma análise individualizada de cada efluente, do contexto em que é gerado, das exigências legais, entre outros aspectos. No entanto, para compreendermos o funcionamento básico de um sistema de tratamento de efluentes, vamos falar sobre as etapas básicas do tratamento e suas contribuições na obtenção da qualidade final da água.

De acordo com Marcos Von Sperling, uma grande referência em estudos de saneamento no Brasil, para planejar a implementação de um sistema de tratamento de efluentes devemos avaliar três aspectos cruciais: os estudos de impacto do efluente tratado nos corpos receptores, os objetivos do tratamento e o nível de tratamento necessário, bem como a eficiência de remoção de poluentes esperada. Podemos compreender a estrutura de um sistema de tratamento de efluentes através de quatro níveis – tratamento preliminar, primário, secundário e terciário. Vamos nos aprofundar um pouco mais para compreender quais os objetivos de cada um deles.

Tratamento preliminar

O tratamento preliminar tem como objetivo remover do efluente todos os poluentes mais grosseiros, como areia, pedras e materiais indesejáveis de maiores dimensões. Caso não sejam removidos logo na entrada, esses materiais podem prejudicar a qualidade do tratamento, bem como a estrutura mecânica da estação, como as tubulações e bombas, incorrendo em prejuízos para o operador e para o corpo receptor do efluente tratado.

A remoção de sólidos grosseiros é normalmente realizada por grades ou telas, nas quais ficam retidos os sólidos com dimensões maiores do que o espaçamento entre as grades ou da malha da tela. É, portanto, uma etapa de tratamento física, sendo necessário realizar a limpeza periódica da grade de forma manual ou mecanizada.

O efluente segue ainda com pouco de materiais indesejáveis (grosseiros de maior densidade) é removida na sequência, em desarenadores. São tanques nos quais o efluente flui horizontalmente, e a areia sedimenta devido à sua maior densidade, depositando-se no fundo. A remoção deste lodo garante também a proteção das estruturas mecânicas subsequentes, reduzindo a ocorrência de obstruções e abrasões de equipamentos, entre outros problemas.

Tratamento primário

Assim como o tratamento preliminar, o tratamento primário também é realizado através de processos físicos podendo, no entanto, ser aprimorado através de coagulantes e polímeros, o que configuraria um tratamento físico-químico. Neste nível, o objetivo é remover os sólidos suspensos sedimentáveis e parte da matéria orgânica suspensa no efluente, reduzindo a carga orgânica que seguirá para o tratamento secundário que é mais complexo e mais especifico.

O tratamento secundário consiste basicamente em um tanque de sedimentação, que pode ser circular ou retangular, mas que depende de um fluxo lento de entrada do efluente para que os sólidos suspensos, coagulados ou não, possam sedimentar até o fundo do tanque. O sólido sedimentado, chamado de lodo primário, deve ser removido e digerido. Outra opção são os chamados tanques sépticos, nos quais o lodo sedimenta e permanece por alguns meses sofrendo digestão anaeróbia.

Nesta etapa também são removidos óleos e graxas que permanecem na superfície do líquido e que prejudicam o tratamento secundário.

 Tratamento secundário

O tratamento secundário possui uma complexidade maior que as etapas anteriores. Tanto é que ele pode ou não ser precedido do tratamento primário. Nele objetiva-se remover sólidos não sedimentáveis, matéria orgânica suspensa fina, bem como a matéria orgânica solúvel, alguns nutrientes como fósforo e nitrogênio, e também boa parte dos patógenos presentes no efluente. Por essa razão, usualmente são empregados sistemas de tratamento biológicos nesta etapa.  

Tratamentos biológicos baseiam-se no metabolismo de microrganismos para degradação e remoção da matéria orgânica do efluente. Bactérias, algas, fungos e protozoários utilizam a matéria orgânica como alimento produzindo, a partir dela, novos indivíduos, bem como eliminando água e gás carbônico, entre outros gases.

Existe uma enorme variedade de sistemas de tratamento secundários, sendo bastante comuns os sistemas de lodos ativados, os reatores anaeróbios, lagoas de estabilização, reatores de biofilme aeróbio, disposição no solo, entre tantos outros. Cada sistema terá muitas variáveis a serem estudadas e projetadas a partir das características do efluente a ser tratado.

Tratamento terciário

Por fim, o tratamento terciário possibilita a remoção de poluentes específicos, como substâncias tóxicas e não biodegradáveis, ou ainda patógenos de difícil remoção, metais e aqueles poluentes que porventura não tenham sido completamente eliminados no tratamento secundário. É um tipo de tratamento raro em países em desenvolvimento, mas necessário quando se tem uma exigência maior de qualidade para disposição final do efluente, ou ainda para fins de reuso. Tipos de sistemas terciários de tratamento são a adsorção em carvão ativado, osmose reversa, eletrodiálise, filtração, troca iônica entre outros.  

A Isofibra fabrica ETEs sob medida para atender as necessidades de cada cliente. Entre em contato conosco e conheça nosso catálogo de produtos para tratamento de efluentes.

Quais as vantagens em utilizar uma estação de tratamento de efluentes feita de fibra de vidro?

A Isofibra é uma empresa catarinense especializada na fabricação de produtos em fibra de vidro destinados a diversas áreas do saneamento. E é na matéria-prima utilizada que se encontra o grande diferencial da marca. Conheça um pouco mais a respeito da fibra de vidro e descubra por que é tão vantajoso adquirir uma estação de tratamento de efluentes da Isofibra.

 

O que é a fibra de vidro?

A fibra de vidro, também conhecida como Fiberglass ou Plástico Reforçado com Fibra de Vidro (PRFV) é um compósito formado pela mistura de um polímero, em geral um poliéster insaturado, com um reforço de vidro que, neste caso, é produzido em finos filamentos, de diâmetro entre 5 e 20 microns. O termo fibra de vidro pode, portanto, referir-se tanto à própria fibra quanto ao compósito final.

Neste compósito as fibras de vidro são responsáveis pela estrutura, resistência e estabilidade do material. Os filamentos são produzidos através da passagem do vidro derretido a 1600°C através de uma placa de platina perfurada com o diâmetro desejado, sendo rapidamente resfriado. O processo é capaz de produzir até 3000 metros por minuto de fibras de vidro que, pela sua característica flexível, é comercializada em mantas, tecidos, fitas ou cordéis.

 

Quem inventou a fibra de vidro?

A primeira patente registrada para a produção de fibras de vidro data de 1880, em nome de Hermam Hammesfahr, que produziu roupas com o material. A produção em larga escala, no entanto foi descoberta acidentalmente por Dale Kleist, pesquisador na Owens-Illinois Glass Company, em 1932. Pesquisando formas de selar blocos arquitetônicos a partir do derretimento e pulverização de vidro, Kleist acidentalmente produziu finos filamentos com o material. A técnica foi refinada, patenteada e iniciou sua produção comercial em 1938 pela Owens-Corning Fiberglas® Corporation.  

A utilização destas fibras de vidro associadas a resinas foi tão transformadora para a indústria que atualmente é amplamente utilizada na indústria aeroespacial, automobilística, na indústria náutica, de infraestruturas, na indústria de recreação e lazer, em usinas de energia, na indústria eletrônica, elétrica e de telecomunicações entre diversas outras.

Quais propriedades tornam a fibra de vidro tão vantajosa?

O grande diferencial dos compósitos de fibra de vidro está no fato de que a união entre os filamentos de vidro e as resinas plásticas produz um material extremamente resistente e de baixo peso. Além disso as fibras de vidro são estáveis, altamente resistentes à tração, flexão e impactos, possuem isolamento térmico e elétrico, são muito resistentes à umidade e à corrosão e não são porosos, o que facilita a manutenção da higiene. Sua fabricação é relativamente simples e possui custos baixos. São muito versáteis, podendo ser moldados em peças complexas, de quaisquer dimensões, de acordo com a necessidade do projeto.

Dadas as características da fibra de vidro, nota-se o quão apropriado é o material para a produção de estações de tratamento de efluentes entre outras estruturas para instalações sanitárias. Considerando que uma ETE trabalha com efluentes e produtos químicos complexos, que podem ser agressivos e corrosivos, é imprescindível que a estrutura da estação seja resistente a longo prazo, característica intrínseca nos plásticos reforçados com fibra de vidro.

 

Estações de tratamento de efluentes da Isofibra

A Isofibra trabalha com soluções customizadas para estações de tratamento de efluentes feitas em fibra de vidro. Partindo da análise detalhada da demanda do cliente, das características do efluente, da área a ser instalada, da vazão de efluente produzida entre outros aspectos, os especialistas da Isofibra elaboram um projeto de estação de tratamento sob medida, feito em fibra de vidro, com um elevado custo-benefício. As estações de tratamento de efluentes da Isofibra podem ser compactas ou modulares e são fabricadas com resinas específicas para cada tipo de produto que irão receber, o que garante a máxima durabilidade da estrutura e a satisfação total dos clientes.

 

A Isofibra é especializada na produção de tanques de fibra de vidro para instalações sanitárias. Escolha aquela que melhor se adéqua às suas necessidades através do nosso atendimento personalizado.

Qual o impacto do saneamento na saúde pública e na qualidade ambiental?

Imagine um cenário em que o saneamento básico não existisse. Para isso entenda saneamento como o conjunto de medidas e políticas que visam assegurar o fornecimento de água potável à população, o tratamento dos esgotos domésticos e demais efluentes líquidos e a coleta e gestão dos resíduos sólidos, tanto em áreas urbanas como em áreas rurais, além da drenagem e manejo de águas pluviais urbanas. Elimine todos esses serviços e o que você vê? Se você pensou que ocorreriam graves problemas de saúde pública e ambiental, acertou. O saneamento é responsável pela garantia de ambientes sadios para a população e, por isso, é tão imprescindível para a evolução sustentável das sociedades humanas.

Quais as premissas do Saneamento Básico?

Segundo texto da Lei 11.445 de 5 de janeiro de 2007 , considera-se saneamento básico o “conjunto de serviços, infra-estruturas e instalações operacionais de:

  1. a) abastecimento de água potável: constituído pelas atividades, infra-estruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável (…);
  2. b) esgotamento sanitário: constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários (…);
  3. c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades, infra-estruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas;
  4. d) drenagem e manejo das águas pluviais, limpeza e fiscalização preventiva das respectivas redes urbanas (…);”

No que tange a lei, todas as medidas visam assegurar, entre outros princípios, que estes serviços sejam realizados de forma adequada à saúde pública e à proteção do meio ambiente. São, portanto, serviços essenciais e de direito de todo e qualquer cidadão.  

Quais são as consequências da ausência dos serviços de saneamento nas áreas urbanas e rurais?

Existe uma série de microrganismos, substâncias poluentes e contaminantes que podem ser encontrados na água não tratada, nos esgotos e nos resíduos sólidos, e que podem causar diversas doenças na população. Como num ciclo, o esgoto e os resíduos sólidos não tratados e dispostos inadequadamente contaminam o solo e podem atingir cursos d’água utilizados por populações desabastecidas pelo sistema de água tratada.

Há várias formas de adoecer por meio da água não tratada. Através da ingestão podem ser veiculados microrganismos como bactérias, vírus, protozoários, causadores de doenças como diarreias, hepatite, poliomielite, cólera, entre outras. O contato com água contaminada pode causar leptospirose, esquistossomose e outras verminoses. A falta de água para manutenção da higiene também pode ocasionar doenças como tracoma, piolhos, ascaridíase, entre outras verminoses. E, por fim, a água pode ser o meio de desenvolvimento de vetores de doenças como a dengue, a febre amarela, a filariose, malária e algumas encefalites. A disposição inadequada de resíduos sólidos, como em lixões, também favorece a proliferação de animais vetores de doenças, como ratos, baratas, moscas, formigas entre outros que carregam consigo os microrganismos patogênicos presentes no lixo

Segundo dados de 2016 do IBGE, a cada 100.ooo habitantes, 166,8 foram internados em hospitais devido a doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado.

Panorama do saneamento no Brasil

O Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento – SNIS – é uma unidade da Secretaria Nacional de Saneamento (SNS), pertencente ao Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). Criado em 1996, é o maior sistema de informações sobre o setor de saneamento no Brasil, coletando anualmente os dados junto aos municípios e prestadores de serviços, e disponibilizando diagnósticos completos e interativos para conhecimento de toda a sociedade.

De acordo com a última publicação, referente à coleta de dados realizada em 2018, 83,6% da população brasileira possui acesso à rede de água, valor elevado para 92,8% quando considerada apenas a população urbana. Com relação à rede de esgoto, em 2018 apenas 53,2% da população contou com o atendimento, sendo que apenas entre os habitantes da área urbana esse valor aumenta para 60,9%. A coleta domiciliar de resíduos sólidos é a que possui os melhores indicadores: 92,1% da população total contou com o serviço, e 98,8% na área urbana. Com relação à drenagem urbana, 54,8 % dos municípios possuíam sistema exclusivo para drenagem, 24,8% possuíam sistema misto com esgotamento sanitário e 17,6% não possuíam sistemas de drenagem.

Considerando a importância do tratamento do esgoto para a garantia da salubridade dos ambientes, os dados ficam ainda mais alarmantes. Segundo o SNIS, do total do esgoto coletado em 2018, apenas 46,3% foi tratado. Isso significa que, além do esgoto que sequer foi coletado, o ambiente recebeu ainda mais da metade do esgoto coletado em seu estado bruto, sem qualquer forma de tratamento. A coleta resolveu em partes os problemas do contato direto com o esgoto, mas não resolveu os problemas de contaminação ambiental. Rios e solos contaminados também serão veículo de doenças para a população, uma vez que dependemos  destes recursos ambientais. No que diz respeito ao acesso à rede de água tratada, embora o percentual seja elevado, devemos levar em conta que 16,4% representam 39,4 milhões de cidadãos que não recebem, de forma segura, este recurso essencial para a manutenção básica da vida e da saúde.

Outro dado bastante alarmante é sobre a disposição de resíduos sólidos domiciliares e públicos no solo. O SNIS apresenta que há, ainda, 1037 unidade de lixões recebendo 13% do resíduo produzido no país. São resíduos dispostos diretamente no solo, poluindo e contaminando o substrato, os lençóis freáticos e rios próximos, poluindo o ar e servindo de celeiro para inúmeros vetores de doenças.

O Brasil, em suas dimensões continentais, ainda tem muito o que fazer neste esfera. A infraestrutura de saneamento está diretamente relacionada ao nível de desenvolvimento de um país, devendo estar na agenda de qualquer governo que vislumbre qualidade na saúde pública e proteção ambiental.

  

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Como saber qual é o sistema de tratamento ideal para meu efluente?

Sabemos que não existe um único sistema de tratamento ou tecnologia capaz de tratar todos os tipos efluentes com o máximo custo/benefício.  Por este motivo, tecnologias de tratamento estão sendo constantemente estudadas e aprimoradas para que possamos atingir a máxima qualidade de tratamento das nossas águas residuárias, visando sempre garantir a qualidade ambiental e a saúde pública. Neste sentido, cabe ao agente produtor selecionar qual tecnologia melhor se adequa às características particulares de seu efluente, elevando ao máximo o potencial de recuperação da água que será devolvida ao meio ambiente. Mas, por onde começar?

Caracterização do efluente: etapa fundamental para escolha do sistema de tratamento adequado

O primeiro passo a ser dado para a escolha do sistema de tratamento adequado é caracterizar física, química e biologicamente o efluente gerado. Afinal, não há como saber quais as metas de tratamento a serem alcançadas sem antes conhecer profundamente o alvo do tratamento. Para isso, são utilizados alguns parâmetros de análises laboratoriais que ajudam a definir o potencial poluidor do efluente e qual grau de tratamento ele necessita para se adequar aos padrões exigidos em legislação.

Uma primeira caracterização a ser feita relaciona-se à fonte da água residuária. É comum uma subdivisão em dois grandes grupos: esgotos domésticos e esgotos industriais. Os esgotos domésticos, de composição essencialmente orgânica, são aqueles originados pela poluição da água com dejetos humanos, tanto de instalações sanitárias como de pias e ralos em geral. Já os esgotos industriais originam-se das mais diversas atividades, o que confere a eles uma expressiva variabilidade de componentes orgânicos e minerais.

Em geral, os principais parâmetros avaliados em ambos os grupos de efluentes costumam ser: teor de sólidos, temperatura, odor, cor e turbidez, DBO (demanda bioquímica de oxigênio) e DQO (demanda química de oxigênio), carbono orgânico total (COT), oxigênio dissolvido (OD), nitrogênio, fósforo, matéria inorgânica e composição microbiológica – bactérias, fungos, algas, protozoários e vírus. Além dos aspectos qualitativos dos esgotos, o conhecimento sobre aspectos quantitativos, como a vazão do efluente que entrará no sistema de tratamento, são fundamentais para a escolha e dimensionamento do sistema de tratamento ideal.

Sistemas de tratamento de efluentes

Além das características físicas, químicas e biológicas, para a escolha do sistema de tratamento devem ser ainda analisados outros aspectos como: a) legislação ambiental local; b) destino do efluente tratado; c) a eficiência desejada para atender a legislação; d) condições locais em geral (localização, acesso à rede coletora pública, área disponível para implantação etc); e) relação custo/benefício, entre outros fatores pertinentes.

Um sistema de tratamento pode ser composto por uma ou mais operações unitárias de tratamento, que se subdividem em três categorias: operações físicas, químicas e operações biológicas. A combinação de operações unitárias será, então, projetada a partir das informações específicas de cada efluente. É possível encontrar na literatura tabelas comparativas em que são descritos os sistemas de tratamento, com as taxas mínimas e máximas de eficiência na remoção dos principais poluentes. Esses dados são uma boa referência para a escolha da melhor tecnologia de tratamento, embora possa haver variações caso a caso.  

Dependendo dos tipos e quantidades de poluentes do efluente ele poderá precisar de diferentes graus de tratamento, podendo ser preliminar, primário, secundário e/ou terciário. Os tratamentos preliminares, em geral grades e desarenadores, são capazes de remover a parcela mais grosseira de sólidos e materiais inertes do esgoto. Na sequência, as unidades de tratamento primário permitem a remoção da parcela sedimentável dos sólidos suspensos, bem como a digestão e estabilização da matéria orgânica sedimentada. São usuais os decantadores, flotadores, precipitadores químicos e decanto/digestores conjugados.

Seguindo adiante, o tratamento secundário tem a função de remover a matéria orgânica dissolvida, microrganismos e nutrientes como fósforo e nitrogênio, em geral utilizando mecanismos biológicos. As lagoas facultativas e as aeradas facultativas são unidades de tratamento secundário que dispensam o primário. Outras unidades secundárias são reatores UASB, filtros biológicos, lagoas anaeróbias e aeróbias, wetlands construídos, lodos ativados entre outros. Por fim, se necessário, podem ser utilizadas unidades de tratamento terciário que possibilitam o polimento final do tratamento secundário e ainda a remoção de poluentes complexos como compostos não biodegradáveis, metais pesados, substâncias tóxicas e microrganismos patogênicos. São exemplos a osmose reversa, lagoas de maturação, adsorção, membranas filtrantes entre muitas outras opções bastante tecnológicas. O tratamento terciário não costuma ser necessário em esgotos domésticos, mas podem ser requeridos em casos de efluentes industriais complexos.

Em resumo, não há resposta pronta no que diz respeito à escolha do sistema de tratamento de efluentes ideal. Essa decisão será resultado de um estudo detalhado que promoverá tanto a qualidade da água devolvida ao ambiente, como o melhor custo/benefício ao responsável pelo efluente.

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Reatores UASB aplicados ao tratamento de efluentes – conceitos básicos

O Brasil é detentor do maior parque de reatores anaeróbios do mundo no que diz respeito ao tratamento de efluentes sanitários. É o que aponta levantamento feito por Chernicharo e colaboradores e publicado na edição 214 da Revista DAE, em 2018. Os reatores UASB são um dos mais difundidos e a tecnologia conta com um grande know-hall por parte dos agentes atuantes no setor de saneamento no país, sejam indústrias, operadoras ou pesquisadores da área. Para aqueles que estão à procura de soluções em saneamento, vale a pena se aprofundar um pouco mais sobre a tecnologia dos reatores UASB.

O que é um reator UASB?

A sigla UASB vem do termo em inglês Upflow Anaerobic Sludge Blanket, ou reatores anaeróbios de manta lodo e fluxo ascendente. É um tipo de reator biológico que se baseia na degradação anaeróbia da matéria orgânica presente no esgoto. Nos reatores UASB o efluente entra na parte inferior do tanque, e flui de forma ascendente, passando por três zonas principais: a manta de lodo, onde ocorre a digestão anaeróbia, a zona de sedimentação, em que o lodo mais denso é removido da massa líquida, e o separador trifásico gás-sólido-líquido, onde o gás é coletado, o líquido efluente removido e o sólido é retido e retorna à manta de lodo.

Tratamento anaeróbio: a essência do funcionamento do UASB

Afinal, o que é a digestão anaeróbia que ocorre no reator UASB? Existem diferentes espécies de bactérias que possuem a capacidade de converter matéria orgânica em compostos mais simples. Aquelas que possuem um metabolismo independente de oxigênio são chamadas anaeróbias, e são essas as protagonistas dos reatores UASB. Normalmente a digestão anaeróbia envolve duas etapas principais: na primeira, bactérias facultativas e anaeróbias convertem compostos orgânicos complexos, tais como proteínas, carboidratos e lipídios, em compostos mais simples, geralmente ácidos voláteis, hidrogênio e gás carbônico. Na segunda etapa, os ácidos voláteis e o hidrogênio liberados na primeira etapa são convertidos em metano e gás carbônico por microrganismos metanogênicos.

 

Os reatores UASB utilizam esse complexo metabolismo dos microrganismos para degradar a matéria orgânica que, em geral, é o principal poluente encontrado em diferentes tipos de águas residuárias, mas principalmente nos efluentes sanitários. Para isso, todo início de operação UASB depende da inoculação do reator com lodo anaeróbio, o qual disponibilizará ao sistema a comunidade microbiana necessária para a formação da manta lodo, que é a responsável pelo tratamento. Após alguns meses operando, o reator estabiliza devido à formação desse lodo, sendo capaz de remover até 75% da matéria orgânica afluente.

Para quais efluentes o UASB é indicado?

Segundo dados da CETESB, reatores anaeróbios de alta taxa, dentre eles os reatores UASB, têm sido empregados para uma grande diversidade de efluentes. Muitos estudos para o aprimoramento da tecnologia dos reatores UASB foram desenvolvidos para os efluentes domésticos, mas a tecnologia é também aplicável à diversos segmentos da indústria, desde que seus efluentes sejam comprovadamente biodegradáveis anaerobicamente e suas especificidades sejam consideradas no projeto, construção e operação da estação de tratamento. Alguns exemplos de segmentos que tem utilizado sistemas anaeróbios são a agroindústria,  indústria alimentícia e de bebidas, papel e celulose, indústria farmacêutica e química entre outras.

Estudos recentes apontam uma tendência para a adoção dos reatores UASB seguidos de alguma forma de pós-tratamento para o tratamento de efluentes urbanos e domésticos no Brasil. Dados da Agência Nacional de Águas de 2015, obtidos a partir de 2187 estações de tratamento, apontam que a tecnologia é a segunda mais adotada em termos de número de estações de tratamento e, seguidos ou não de algum tipo de pós tratamento, os reatores UASB são responsáveis pelo atendimento de 95% dos habitantes analisados na pesquisa (51.878.930 habitantes).

Vantagens e desvantagens dos reatores UASB

Como vantagens dos reatores UASB podemos citar: sistema extremamente compacto, baixos custos de implantação e operação, baixo requisito de área e energia, baixa produção de lodo, remoção de matéria orgânica de até 75% podendo ser elevada com a adoção de pós-tratamentos, possibilidade de aproveitamento energético do biogás, entre outras. Como desvantagens são mencionados a possibilidade de liberação de maus odores, em geral decorrente de problemas operacionais, estabilização lenta do reator, baixa tolerância a compostos tóxicos. Em uma série de notas técnicas publicadas na Revista DAE (edição 214), os autores apontam vários outros tópicos que devem ser considerados para o sucesso e difusão da técnica no Brasil, e que dão respaldo a elaboração de  projetos, construções e operações dos reatores a fim de elevar ao máximo suas potencialidades.

A Isofibra fabrica reatores UASB sob medida, visando atender às necessidades específicas de cada efluente. Tire suas dúvidas com um dos nossos especialistas.

Estações de tratamento customizadas garantem o melhor custo x benefício no tratamento de efluentes

Em tempos de superpopulações e de uma indústria que expande e se moderniza diariamente, tratar efluentes e garantir a salubridade ambiental é um grande desafio. Há tanta diversidade nas composições das águas residuárias geradas pelas populações humanas quanto de produtos e serviços que temos ao nosso dispor.

A complexidade é tanta que todos os anos diversas universidades e instituições de pesquisa em todo o mundo se dedicam a estudar formas mais eficazes de tratar efluentes emergentes para, assim, garantir a máxima despoluição das águas residuárias e a preservação dos nossos ecossistemas.

Neste cenário, as estações de tratamento customizadas surgem como solução atraente tanto para o produtor como para o meio ambiente, já que possibilitam maior difusão de sistemas de tratamento de efluentes com excelente custo x benefício. Quanto mais personalizadas as estações de tratamento, maiores as chances de sucesso e consistência a longo prazo na adequação dos efluentes às exigências legais.

Mas o que são estações de tratamento customizadas?

Para que uma estação de tratamento de efluentes seja construída e opere de forma eficiente, faz-se necessário um estudo prévio detalhado do efluente a ser tratado. Isso ocorre, pois, o conjunto de poluentes presentes em cada água residuária demandará uma combinação de técnicas, processos e produtos específicos para que possam ser removidos. 

Se, por exemplo, o principal poluente de uma água for a matéria orgânica de origem animal ou vegetal, como o esgoto doméstico, os parâmetros de tratamento serão diferentes daqueles adotados para um efluente de indústria têxtil, com elevada concentração de corantes, ou ainda do efluente de uma mineradora, com predominância de compostos químicos e metais pesados.

As estações de tratamento customizadas são a solução para essa particularidade própria dos efluentes, pois elas são dimensionadas objetivando a adequação de cada efluente aos parâmetros estabelecidos na legislação.

Para seu dimensionamento, são analisadas previamente todas as características físicas, químicas e biológicas do efluente, bem como a vazão de produção, vazão de lançamento no corpo receptor, possibilidade de reuso do efluente tratado, produção de biogás com potencial de geração de energia e quaisquer outras necessidades e interesses que surjam por parte do agente produtor.

A customização possibilita, portanto, atender ao máximo as demandas de cada fonte geradora de efluente, trazendo ao empreendedor o melhor custo x benefício no que diz respeito ao atendimento da legislação ambiental com a máxima viabilidade econômica. 

Estações de tratamento customizadas também são uma excelente solução para a universalização do saneamento básico, possibilitando que estratégias sejam pensadas para garantir o tratamento de efluentes em regiões distantes da área urbana, em geral descobertas pelos sistemas de tratamento municipais.

As estações de tratamento customizadas da Isofibra

A Isofibra trabalha com a customização de estações de tratamento de efluentes em fibra de vidro, possibilitando a cada cliente dimensionar a melhor solução para suas necessidades. 

São reservatórios, decantadores, filtros de areia e de carvão, floculadores, biorreatores e biofiltros, tanques de aeração além de estações de tratamento de efluentes compactas e modulares, todos desenhados de acordo com a necessidade de cada cliente e visando alcançar o melhor custo x benefício e a garantia da qualidade ambiental.

Devido à versatilidade dos produtos, as estações de tratamento customizadas da Isofibra podem ser a solução para o tratamento dos efluentes de quaisquer tipos de empreendimentos.

Confira algumas vantagens dos produtos customizados da Isofibra:

  • São leves, de fácil transporte e instalação simples e possibilidade de realocação;
  • Altamente resistentes ao envelhecimento, desgaste e corrosão, podem ser utilizados para o armazenamento de diversos tipos de produtos;
  • Pintura externa com proteção contra raios ultravioletas;
  • Entradas, saídas e medidas projetadas conforme a necessidade do cliente;
  • Fácil manutenção e limpeza;
  • Garantia de 5 anos.

Entre em contato com nossos consultores e receba propostas customizadas para otimização do tratamento de seus efluentes.

Dever de todos: o que exige a legislação ambiental com relação ao tratamento de efluentes

Que a água é a substância mais utilizada no mundo nós já sabemos. Fato é que, após sua utilização, seja para lavar as mãos, acionar a descarga ou ainda no processo produtivo de alguma indústria, toda água usada passa a se chamar efluente.

E por que essa mudança de nomenclatura? Ao ser utilizada, a água adquire substâncias e microrganismos que a alteram química, física e biologicamente, sendo necessária a remoção de tais componentes para que ela possa ser devolvida para o meio ambiente ou reutilizada. Esse processo é conhecido como tratamento de efluentes e faz parte do rol de demandas do que conhecemos como saneamento.

Sabendo do risco ambiental que o lançamento dessas águas residuárias no meio ambiente representa, a obrigatoriedade do tratamento de efluentes foi estabelecida em lei e abrange todo e qualquer agente produtor de esgoto(efluente). O CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente – é o responsável pelas resoluções federais que estabelecem as características dos corpos hídricos receptores (rios, lagos e córregos) e os padrões mínimos de qualidade que os efluentes devem ter antes de serem devolvidos a eles. As exigências estão descritas nas resoluções CONAMA n° 20/1986, nº 357/2005 e nº 430/2011.

Adicionalmente, boa parte dos estados brasileiros possuem legislações complementares, em geral mais restritivas ou específicas às características e necessidades locais, mas sempre tendo como base as resoluções federais.

De acordo com levantamento feito por Naassom Wagner Sales Morais e André Bezerra dos Santos (Revista DAE, nº 215, volume 67, 2019), 16 estados brasileiros possuem legislação própria sobre o tratamento de efluentes (SP, GO, SC, AL, RJ, ES (Vitória), RO, BA, PE, RS, MA, MG, PR, AM (Manaus), MS, CE), 5 não possuem (MT, PI, PB, PA, DF), sendo que não se obteve informação de 6 estados (AC, RR, AP, TO, RN,SE).

Sendo assim, os responsáveis por qualquer atividade doméstica, industrial ou comercial que utilize água e, consequentemente, produza esgoto (efluente), tem a obrigação legal de gerir seu resíduo, assegurando o adequado tratamento de efluentes previamente ao descarte.

A maior fonte poluidora de uma cidade é, geralmente, o esgoto doméstico. Segundo dados de 2018 do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (do Ministério do Desenvolvimento Regional), o Brasil conta em média com apenas 53,2% de atendimento de esgoto, sendo o Sudeste a região mais atendida (79,2%).

Ainda segundo a pesquisa, de todo esgoto gerado, apenas 46,3% é de fato tratado, sendo a administração pública direta responsável pelo serviço em 78,08% dos municípios avaliados.

Dessa forma, cabe ao produtor de esgoto sanitário enviar o efluente à rede coletora (quando existente), e ao prestador de serviço avaliar as características desse efluente para adoção das melhores tecnologias de tratamento, a fim de que as exigências legais sejam atendidas.

O caso do tratamento de efluentes não-domésticos

Águas residuárias provenientes de processos comerciais ou industriais apresentam características físico-químicas, biológicas, temperatura, carga orgânica, volume, entre outros parâmetros, bastante diferentes das características comumente encontradas no esgoto doméstico.

Se lançados na rede coletora de esgoto sanitário, os efluentes não-domésticos provocam danos às instalações e prejudicam a eficiência do tratamento, podendo gerar impactos econômicos e ambientais negativos.

Caso isso aconteça sem a ciência e autorização do órgão ambiental local, o agente poluidor estará sujeito a penalizações como multas, cancelamento ou perda de licenças e certificações ambientais e até mesmo detenção, conforme previsto na Lei de Crimes Ambientais nº 9.605 de 1998.

A fim de garantir o tratamento de efluentes oriundos de sua atividade, o agente poluidor deverá, portanto, analisar três questões básicas: quais as características do efluente gerado, a qual corpo receptor ele será destinado e que tipos de tratamento e tecnologia seriam ideais para adequar esse resíduo ao padrão exigido nas legislações federais e estaduais.

As estações de tratamento podem ser customizadas e instaladas na própria unidade geradora, permitindo inclusive o reuso do efluente tratado para fins não-potáveis, ou ainda o resíduo pode ser enviado a uma empresa tratadora terceirizada.

Qualquer que seja a solução adotada, é fundamental que o empreendedor ou a empresa tratadora se certifiquem de que a licença junto ao órgão ambiental foi expedida e que todo o processo de tratamento de efluentes atende os requisitos previstos em lei.

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